A Polícia Federal (PF) está prestes a concluir o relatório final do inquérito sobre os atos golpistas que resultaram na depredação das sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023. O documento, que será enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta semana, possui mais de 700 páginas e indicia os principais responsáveis, incluindo organizadores, incentivadores e autoridades públicas, como políticos e militares. Entre os crimes apontados estão tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.
A operação deflagrada recentemente, que desmantelou um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, também será mencionada no parecer. Nas diligências, foram presos um general da reserva, três militares das Forças Especiais do Exército e um agente da própria PF, todos implicados na trama. Eventuais novos desdobramentos ainda poderão ser anexados ao inquérito, caso surgirem novas provas ou informações.
Durante as investigações, a PF realizou uma série de diligências, incluindo a quebra de sigilos telefônico, telemático e bancário de dezenas de pessoas. A apuração revelou diferentes núcleos de uma organização criminosa estruturada para atacar as instituições democráticas do país. O relatório agora segue para o gabinete de Alexandre de Moraes, que deverá enviá-lo à Procuradoria-Geral da República (PGR) para manifestação.
Caso a PGR opte por oferecer denúncia contra os indiciados, o STF poderá iniciar os processos judiciais. Entretanto, devido ao recesso de fim de ano, as ações penais só devem avançar em 2025. Os desdobramentos desse caso emblemático, que marcou a história política e institucional do Brasil, permanecem no centro das atenções nacionais.
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